
Enoja-te a hipérbole de meus atos
Como se corroesse de veneno tuas entranhas
Como fosse eu bicho de outro regaço
Fosse peso demais a tua balança
Confesso sofrer sim de crônico exagero
Que causa o mundo vil à sensibilidade
Quantos foram assim na flor da idade!
Apenas permaneço inconstante inteiro
Que és tu, ó anestesiado?
Persistente sagaz do eufemismo
E ainda reclamas do meu cuidado...
Pois o mundo do mesmismo
Há de ficar deserto ao teu amparo
Há de ficar faltando pedaço
Foto: Nazif Topcuoglu