"Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor: apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um[a mulher inundada] de sentimentos." (OM)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Apocalíptica Mente




Enoja-te a hipérbole de meus atos
Como se corroesse de veneno tuas entranhas
Como fosse eu bicho de outro regaço
Fosse peso demais a tua balança

Confesso sofrer sim de crônico exagero
Que causa o mundo vil à sensibilidade
Quantos foram assim na flor da idade!
Apenas permaneço inconstante inteiro

Que és tu, ó anestesiado?
Persistente sagaz do eufemismo
E ainda reclamas do meu cuidado...

Pois o mundo do mesmismo
Há de ficar deserto ao teu amparo
Há de ficar faltando pedaço


Foto: Nazif Topcuoglu