
Estava ela, como todos, absorta em pensamentos sobre o leito da clínica de recuperação, quando o estrondo do portão que bateu com força do lado de fora do quarto encaminhou-a para tristes lembranças. Tiro? Um olhar de medo tomou conta de sua face que tentava se esconder agora sob o leito. Diante do lençol entre suas mãos desvairava. Sangue... Ao seu redor havia olhares curiosos aos quais suplicava ajuda: “Chamem a ambulância, Andréia está ferida!”, mas estes não eram mais pedestres na rua, tampouco havia alguém em seus braços. A chegada do enfermeiro fez-la sorrir de esperança. Andréia está a salvo! À medida que aquele antídoto sonolento contra memórias trágicas percorria suas veias, retomava a consciência: Tarde demais, as belas flores não conseguiram esconder a feia tragédia. Não houvera mais nada a fazer.
Tati Valença
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