"Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor: apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um[a mulher inundada] de sentimentos." (OM)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Espelho de concreto




Do homem moderno, são
As enxurradas de pensamentos instantâneos
Onde, fixamente, nos crânios
Se mantém a principal canção

Alva línea corre na paisagem
Nasce o espelho de concreto
Que, do sangue celeste pelo objeto
Elucida com cores a imagem

Do ponto, cuido
Para que não fuja
Encontro, desencontro, mente suja
Paralisado fica, o mundo mudo

No revezamento segue
A linha desenhada a carvão
Perdem tristes, mudos que são
Os passos do movimento leve

Ganharam já outras corridas
Mas pode ganho ser perda também
Tristes ficam, por ser mútua a ninguém
A busca por outras vidas

Enche, na forte batida vital
De esperança, a cada a postos
É jogo de opostos
Que termina na parada sub-mortal

De ocorrer, não há suicídios
Ou homicídios intencionais
Porque gélido dizem os canais
Termômetros sensíveis, dos

Findam inundações da gota essencial
Nos olhos e no firmamento
Finda esperança, caminho, busca, pensamento
Só não finda o sentir, sem ti, sentimental

Da questão, a solução é pedido:
Se ajudam as vozes agudas,
Por que, das rosas
O mudo clamor não é ouvido?

Tati Valença,
um de março de dois mil e dez.

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