"Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor: apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um[a mulher inundada] de sentimentos." (OM)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Resposta ao eu-lírico masculino


E tu, num instante
Transformaras de menino a homem
E eu de mulher a menina acuada

Teu corpo viril e teu olhar flamejante
Diziam-me que poderias ser
O herói ou o grande vilão
De nossa pequena história

Vieste com o negro da noite
Tomar-me por terras desconhecidas

Teus braços fortes
Seguravam-me
Ora como protetor
Ora como assassino letal
Por entre a cavalgada
Em nossos secretos jardins

Enquanto teu lânguido falo
Falava-me
Do efêmero e do divinal

E no cheiro de pólen
Disperso pelo ambiente floral
Plantaste férteis sementes
Nas profundezas de minha terra

Arrancaste-me um suspiro
Que eu já não podia viver
Naquele conto de fadas

Nunca saberei se foi suicídio
Morte morrida, bala perdida
Doloso ou culposo homicídio

Mas por te amar
A morte foi fatal

Nenhum comentário:

Postar um comentário