"Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor: apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um[a mulher inundada] de sentimentos." (OM)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Este tempo-espaço



Não me reconheço neste tempo-espaço
Sou deslocada deste algo
Que sem saber convencionaram
Para de nada adiantar

Não me reconheço neste tempo-espaço
Porque minha velocidade não é constante
E se distingue do ritmo
Das moléculas irmãs

Me perco neste tempo-espaço
E só me encontro nos pedaços de templo
Nas vias de imaginação
Ou nos momentos onde a matéria se liberta

Me perco neste tempo-espaço
E meus templos são os palcos de luz
Ou a luz de um túnel arfável
Entre braços quentes ou abraços apertados

Não me encontro neste tempo-espaço
E vivo na infinita busca de algo que não sei o que é
Mas que daqui não faz parte
Porque minha velocidade é inconstante

Não me encontro neste tempo-espaço
E tento entender este mundo
- inteligível -
Ou tento achar o caminho
Para este outro infinito

Não sou deste tempo-espaço
Mas amo cada partícula
Que dentro do mesmo meio
Estabeleceu seu leve contato comigo

Não sou deste tempo-espaço
Não reconheço pessoa, hora ou lugar
Sou a adaptação metamórfica de um estranho ser
Num ilógico lugar.

Tati Valença, set/2009

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