
A ilusão do amor é como a ilusão de Deus...
No começo te falam que ele existe. Daí você idealiza o mito, sonha sua infância inteira com a grandiosidade de coisas que são metafísicas. Sente-se sozinho e descobre que necessita dessas coisas as quais você não sabe explicar, e as define por Deus ou amor.
Você evolui, e a vontade de buscar as coisas metafísicas cresce com você. Você entende agora que essas coisas já não fazem mais sentido, e busca um sentido pra esse algo, pra que preencha essa desesperança que te invade.
Você encontra alguém que não te explica, mas te faz sentir o metafísico. Dá o nome disso de amor. E em certos períodos você sempre denomina isso como amor.
E você vive sua amadurecência inteira entre o lapso da razão e da esperança em crer em uma ou duas dessas coisas.
Você envelhece. E se antes descobriu a verdade, agora precisa redescobrir a mentira, para que a morte não se torne uma futura companheira assim tão insuportável...
A gente sabe que não, mas precisa explicar-se dessa maneira para que a vida não seja vista assim tão cruelmente, não seja assim tão dura.
Ou a pessoa acredita nas duas ilusões, ou pelo menos em uma delas, ou a vida se tornará amarga...
Afinal, como diz Caio Fernando Abreu...
“Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus”
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